Toda gente conhece os nirvana. toda a gente conhece pearl jam. mas quantos conhecem poster children?  quicksand?

Toda a gente conhece red hot chilli peppers. Alice in chains.  Mas quantos já ouviram Superchunk? Jawbox?


Siga fazer justiça?

Fortuna dos noventa. agora era suposto criar um slogan mas que se foda.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

QUICKSAND



De um modo eficaz e directo, afirmo claramente que sem os Quicksand não haveria blog. Sem esse seminal disco chamado "Manic compression" Era complicado que este conceito fosse criado na minha cabeça. Os quicksand serão para mim a génese de tudo. Mesmo não sendo a banda incontornável do género ao qual estão mais colados (o post-hardcore) foi a primeira banda mais underground da década de 90 que conheci mais a fundo. E isso permitiu que partisse para uma mais que interessante descoberta de bandas mais ou menos conhecidas, mas sempre com uma bitola qualitativa bastante elevada.

Biografia rapidinha. Os quicksand nasceram em nova iorque, no início da década de 90, na ressaca da grande onda de hardcore que varreu a cidade na altura dos oitentas. Aliás walter schreifels, guitarrista e vocalista da banda começou nos gorilla biscuits, uma das bandas mais subvalorizadas de hardcore na cena nova-iorquina. entretanto os tipos acabaram e o homem viu-se a braços com alguns projectos como moondog - e foi aliás a partir daqui que os quicksand surgiram. Com a onda hardcore de nova iorque ainda bastante presente, schreifels decide pegar nessa força que o género da sua banda anterior possuía, mas adicionando um maior tom melódico digamos assim. ou merda parecida, de qualquer forma nem eu sou bom a fazer biografias(falta de paciência) nem esse é o meu maior interesse.



Este foi o primeiro ítem a sair do forno. Com a assinatura da mítica revelation records (que ajudou uma data de bandas do género a crescer) em 1990 sai um ep com pouco mais de 10 minutos espalhados por 4 temas rapidinhos, onde já se nota uma total coesão musical e uma fidelidade a um género que os quicksand ajudaram a criar, juntamente com os amigos fugazi, entre outros: o post-hardcore. guitarras rápidas e intrépidas, voz agressiva e melódica ao mesmo tempo, tudo misturado numa muralha sonora contagiante e de assimilação relativamente simples. Este ep foi o começo da estrada que havia de se tornar particularmente profícua assim que os quicksand lançassem o primeiro disco.

Ainda houve 3 anos de espera. "slip" o primeiro disco dos quicksand, só viu a luz do dia em 1993. O disco em si, em termos sonoros, é de facto semelhante ao ep, mas com uma extensão obviamente mais longa. a coesão está lá. O ritmo agressivo igualmente. As guitarras imediatas e densas ao mesmo tempo, mas que ficam no ouvido rapidamente também. Verdade seja dita que os quicksand são das bandas mais coesas que existiram no género. Nunca se desviaram muito do seu propósito. Também tiveram pouco tempo para isso é certo, mas todo o seu legado não se desviou da inicial trajectória. e fazer isso sem existirem sinais de cansaço musical é algo de brilhante.



E depois deste meu parvo desvio, apresento-vos o primeiro tema deste "slip". "Fazer" é um marco. Porquê? Primeiro porque ainda é o meu tema favorito de quicksand. Depois porque funcionou como meu despertador uma data de tempo (verdade verdadinha) e depois porque é um tema que se cola ao ouvido à bruta. As guitarras estão pesadas, a voz de schreifels não sendo brilhante, adequa-se ao tema em si e o refrão é abrutalhadamente catchy. Está aqui tudo o que é preciso para um tema de rock a rasgar a sério, como infelizmente hoje em dia é complicado de encontrar.



"Fazer" é de facto o melhor cartão de visita que este disco podia ter tido. "Head to wall" o segundo tema, continua a premissa do primeiro. e se formos por aí fora encontramos pedaços musicais que, sendo semelhantes uns aos outros, conseguem ter personalidade própria. Por vezes encontramos inclusivamente muralhas de distorção bem interessantes, outras vezes canções puras e simples com conta peso e medida, sempre com o peso das guitarras, com a energia que os quicksand imprimiam aos seus temas. è curioso notar que "slip", sendo uum disco extremamente coeso é ainda assim um pouco mais incostante que aquela que me parece ser a obra-prima dos quicksand: manic compression. No entanto é um excelente disco que consegue desde logo criar caminhos diferentes tudo dentro de um género que na altura ainda pouca exploração tinha.







Manic compression foi o segundo tomo. em 1995 já os quicksand tinham conseguido obter algum reconhecimento das falanges do underground nova-iorquino, alargando a sua base de fãs pois a banda entrou em tour com os offspring, algo que voltaria a suceder na promoção deste álbum. e depois da polydor (que lançou "slip") foi a vez da bem conhecida island records apostar em schreifels e companhia. e eles não deitaram créditos por mãos alheias. "Manic compression" é a continuação perfeita para "slip": continuam as muralhas de distorção, a força das guitarras, mas tudo é levado para um nível de intensidade superior, onde se nota igualmente uma maior união musical.



Há que dizê-lo novamente: foi de facto aqui que conheci os tipos. depois de tentar vislumbrar bandas que o allmusic indicava serem as primeiras do post-hardcore, fui dar com os quicksand e com este disco. a partir daqui veio esta jornada de justo reconhecimento a uma banda que nunca o teve em grosso modo. È que "manic compression" é um disco incrivelmente uniforme, sem falhas, sem pontos mortos, sem qualquer vontade de colocar um travão na trepidância das guitarras e na voz meio agressiva de schreifels. È claramente um dos melhores discos da década de 90, e das melhores obras que o rock nunca teve a oportunidade de descobrir. Tudo isto vindo por uma banda que ainda parecia ter muito, mas mesmo muito para dar. E temas como "delusional", "brown gargantuan" ou o brilhante fecho com "it would be cooler if you did" não me deixam mentir nem dizer parvoíce. De facto é uma pena que discos destes andem por aí numa quase penumbra e que a banda não tenha feito mais rodelas destas, que era um mel.



Que fizeram os quicksand depois? bem tour com os offspring, tour posterior com os deftones em 97, ainda se falou num possível novo disco e nova tour...mas népia. a banda separou-se mesmo. em 95 as chamadas diivergências musicais deram cabo deste bem-sucedido projecto e a coisa nunca mais voltou a ser a mesma. Depois disso, o baixista da banda passou a colaborar em definitivo com os deftones(e o último disco "diamond eyes" contou inclusivamente com a sua colaboração em estúdio), o guitarrista e o baterista continuaram musicalmente activos embora em projectos menos conhecidos.

Quanto a schreifels... fundou os enormes rival schools, passou para um indie em tons pop com walking concert, e voltou novamente aos rival schools que agora andam aí por tour. Entre estes dois projectos diria que walking concert é engraçado, e rival schools é coisa de mestre. rock mais acessível que quicksand, mas com refrões do outro mundo, guitarras mais lentas mas igualmente trepidantes e uma capacidade de contágio musical indescritível. A atestar aqui com este "good things" um dos singles retirados do único disco dos rival schools(houve outro, mas nunca foi lançado), "united by fate" de 2000 - e provavelmente só mesmo por isso a banda não entrará neste blog.

e é isto. Agora esperem pelo próximo que há de vir a modos que tipo brevemente.




Povo que se meteu na cena da música também à pala deste povo:

deftones
dead poetic
alexisonfire
underOath

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